A nossa classe política tem passado uma imagem para o exterior, do pior que se pode esperar de uma sociedade livre e organizada.
O recente roubo de gravadores a jornalistas, protagonizado pelo presidente da Comissão de Ética da Assembleia da República, não sendo a mais grave, foi aquela que motivou este post.
Há muito que digo que os senhores que nos representam (ou deviam representar), consideram-se intocáveis, acreditando mesmo que estão acima do comum dos mortais, razão pela qual, as leis que votam e aprovam, não se lhes aplicam. Entendem eles que isso é para a "escumalha".
Dizem os saudosistas que dantes não era nada disto, que dantes havia classe e vergonha.
Ora sabem aqueles que "conseguem ver com os dois olhos", que assim não é: passava-se no tempo da "outra senhora" o que hoje se passa, ou talvez pior, a diferença está na possibilidade e força na propagação da notícia. Reinava então a lei da rolha, de que muitos têm saudades. Hoje, pelo menos neste aspecto, os tempos são outros.
Todavia, também é verdade que tal como os políticos, também há jornalistas sem escrúpulos.
Mas, em meu entender, o problema não é esse. A questão que se levanta e que me atormenta é como esta gente conseguiu frustrar toda a esperança que quisemos depositar na nova realidade que o 25 de Abril de 1974 nos apresentou.
Pensamos então (ingenuamente, como eramos todos), que um novo País estava a nascer, uma nova classe política se nos apresentava, disposta a ser eleita pelos cidadãos e para eles governar.
Os outros, os corruptos, desonestos, imbecis, pedantes, estavam mortos e enterrados.
Muita vez se repetiu então o "nunca mais", afinal para nada, constactamos hoje.
Quanto é triste...
Que o Benfica nos anime!